quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Desafio - Vernal Equinox Shawl

Já contei que sou louca? Pois é, se alguém ainda tinha alguma dúvida.... Conheci a pouco tempo a loja Pintar e Bordar, do Chris e do Fernando. Eles são simpatissíssimos e fazem coisas deslumbrantes. E em minha segunda visita, vi este xale e resolvi encarar a brincadeira. Segue o link para quem quiser conhecê-los:

www.pintarebordar.com.br

Como esse trabalho vai "crescendo" e termina com mais de 400 pontos na agulha, não havia alternativa a não ser utilizar agulha circular, que eu odiava. Comprar agulha circular em loja de armarinhos é como comprar os espelhinhos das tomadas em loja de material de construção: nunca tem tudo o que você precisa no mesmo lugar! Se tinha a agulha 4, só tinha com o fio de 30cm; a 6, só com fio de 80cm e assim por diante; nunca o número certo com a metragem necessária!

Resolvi então investir na Addi-Click, agulhas alemãs em bambu, vendidas lá na Pintar e Bordar. Lembra o odiava do parágrafo acima? Pois é, virou passado, pois depois de dois trabalhos com as circulares da Addi, acho que nunca mais conseguirei utilizar agulhas comuns.




O estojo traz agulhas de tamanho 3,5 até 8, com 3 fios de comprimentos variados mais um extensor. Ou seja, milhares de combinações para qualquer tamanho de trabalho. Agulha comprada, fio comprado - Jawoll Magic Degrade - mãos à obra.

Difícil? Não, trabalhoso; muito trabalhoso. Desmanchei muito, quando estava com este trabalho não dava para conversar, piscar ou espirrar senão errava algum ponto! Era só contar, contar e contar. Mas apesar de todos esses contras, o trabalho era muito prazeroso.


Este é o xale pronto, pequeno para o meu gosto - e tamanho rsrs. Mas com ele neste estágio, existe um truquezinho bacana para deixá-lo mais lindo ainda: a blocagem. Ahn?




Isto é a blocagem: a peça é molhada junto com um segredinho, torcida com muito amor e carinho, esticada - no caso, em cima de dois colchões de solteiro - alfinetada e deixada até secar. Com o calor que estava, menos de 24 horas bastaram. E o resultado final:



Enorme, lindo - o xale, não a modelo rsrs e consegue-se ver bem todos os pontos utilizados, o que não acontecia antes da blocagem.

Bom, estou pronta para o próximo desafio. Que venha logo!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Colchas, colchas, colchas.

Eu sou metida mesmo! Nem bem começo algo, já vou querendo logo fazer um tamanho GG! Foi assim que começou minha história com o Patchwork. Estava grávida do Guilherme, recém-desempregada - por vontade própria, é verdade - e tinha que ocupar meu dia, como se uma criança de dois anos, uma gravidez e um apartamento com faxineria apenas uma vez por semana não fossem tarefas suficientes!

E lá fui eu para a Kikikits aprender patch. E meu primeiro trabalho fora de lá foi uma colcha lindíssima que fiz como presente de casamento para meu irmão. Grávida, barrigudíssima, sentei-me à máquina, costurei, empurrei todos os móveis da sala sozinha para abrir espaço para esticá-la no chão e alinhavá-la e ainda quiltei à mão. Insanidade total, digna de internação! A foto fico devendo; assim que meu irmão mandá-la prometo um post exclusivo rsrs.

Bom, essa foi a primeira de algumas. Já fiz pelo menos mais duas como presente de casamento, fiz para meu falecido e saudoso pai e, é claro, fiz para nossa casa, entre outras que também foram dadas como presente. Estas que aparecem aqui já estão com alguns bons anos de uso; portanto, não reparem muito, ok? Todas foram feitas mais ou menos na mesma época, há aproximadamente 6 anos atrás, quando eu ainda frequentava a Patty and Arts.


Esta é colcha "Sports Fever Kid's Bedroom", inspirada em um panô da quilteira/autora norte-americana Debbie Mumm. Abaixo detalhes de alguns blocos que compõem esta colcha toda dedicada a esportes, bem apropriada para um menino.

Patins

Hóquei

Skate

Futebol, ou soccer como preferem os americanos

Futebol americano


A colcha da Helena. Toda de bonequinhas, não lembro de que livro ela foi tirada, pois estava no acervo do Atelier e era de uso comum. Para esta colcha, tive o cuidado de escolher tecidos que não se repetissem em nenhum dos blocos; existem estampas repetidas, até pela falta de opções em uma época ainda de tecidos importados escassos, mas sempre com cores diferentes.




E finalmente, a minha. Tinha certeza que o livro de onde ela saiu era meu, mas não o encontrei; novamente, do acervo público.




A técnica utilizada é muito interessante; os tecidos foram tingidos em quatro cores diferentes e com tons diferentes; foram cortadas flores estilizadas em três tamanhos diferentes de cada cor, costuradas uma sobre a outra, com a maior embaixo com ponto zigue-zague acompanhando o contorno, a pouco mais de 0,5cm da beirada. Estes círculos foram cortados em 4 e recosturados, intercalando-se as cores para posterior aplicação em um bloco sólido.


O quilting foi feito no Atelier Patty and Arts pois na época eu não tinha onde estender a colcha para prepará-la e os blocos vazios foram bordados à máquina pela Margarida Gardini.

E logo, logo sairá a "nova fornada". Aguardem.

domingo, 6 de novembro de 2011

Enxovais

Uma das ações promovidas pelo GEL - Grupo Espírita do Lar, é a entrega de enxovais para gestantes.

Quando cheguei ao grupo, este trabalho era desenvolvido pela Wilma Rossi. Duas companheiras nossas iam até a Crechê Aglaezinha, no Jardim Ângela, cadastravam as gestantes interessadas em fazer o curso dado por elas sobre cuidados com o bebê antes e após o nascimento, eram orientadas a fazer acompanhamento médico, aprendiam crochê básico para fazerem biquinhos nos cueiros de seus filhos e outras coisinhas mais. Quem participasse dos 3 meses do curso ganhava no final um enxoval feito por nossas voluntárias.

Há aproximadamente 5 anos atrás, eu passei a ser a encarregada pela coordenação e preparação dos enxovais, ou seja, garantir a compra dos materiais necessários - flanela para os cueiros e pijaminhas, fraldas e lã para a confecção de mantas e casaquinhos - e a compra do que não é confeccionado na casa - toalhas de banho, cobertores, mijões e pagões.

Quando iniciei este trabalho, inscrevíamos sempre 25 gestantes por semestre. Ao longo do tempo, este número veio caindo por razões que desconhecemos - até imaginamos algumas. Até que no primeiro semestre deste ano ano não tivemos quorum para o curso. Não queríamos e não podíamos parar este trabalho, pois muitas das pessoas envolvidas nesse trabalho têm nele um ponto de apoio emocional muito forte. O que fazer então?

Procurando alternativas, nos deparamos com o trabalho do Amparo Maternal, na Vila Clementino. Conversamos com eles e decidimos entregar os enxovais lá em maio deste ano. Eram 40 mães! Um recorde para nós! Infelizmente, como tinham muitas menores de idade, a Assistente Social não nos deixou tirar fotos.

E neste segundo semestre, novamente não tivemos quantidade suficiente de inscritas em nosso curso. Voltamos ao Amparo, desta vez com 27 gestantes e 28 bebês. Como eram apenas 2 ou 3 menores de idade, elas receberam o enxoval posteriormente e pudemos fotografar as demais. Olha que lindo.


Este é o enxovalzinho montado. Por baixo de tudo estão uma mantinha de crochê/tricô e um cobertor; no canto superior esquerdo, a "carinha" é da toalha de banho. A maioria dos casaquinhos de lã são confeccionados pela Dona Henriqueta, uma senhorinha lindinha que completou 100 anos em janeiro! Uma vez nós perguntamos a ela de onde vinha tanta vitalidade, pois quem a vê andando pelas ruas do bairro jamais adivinharia sua idade. Resposta: "Vivo porque sou útil; além de ajudar vocês, vou sempre que necessário, de ônibus, para a casa de meu filho em São Bernardo do Campo ajudá-lo a cuidar de minha neta, que tem Síndrome de Down." Um tapa na cara de muita gente! Confesso que eu mesma chego a me sentir inútil perto de tamanha desenvoltura.

Curiosidade: quem faz a maior parte das mantinhas é a Dona Fernanda, uma senhora simpática que faz tricô à máquina. Um belo dia ela me liga e diz que não poderia fazer as mantas por um tempo, pois seu único netinho estava com um problema de saúde muito sério e ela estava auxiliando a filha nos cuidados com o menino. E agora, o que fazer? As mantas compradas ou eram muuuito simplesinhas - para não dizer feias - ou eram muito caras. Adivinhem? Pois é, tive que pegar a agulha de crochê e aprender de um dia para o outro a fazer as peças. E não é que deu certo?


Aqui as gestantes. De blusa verde, no canto esquerdo da foto, está minha antecessora, Wilma Rossi, hoje Diretora de nossa Oficina. Na frente à direita, de blusa branca e de bolsa, Lourdes Boccia, nossa Dirigente; a gestante ao lado dela estava grávida de um casal!


Eu lá no fundo e a Wilma fazendo malabarismos e micagens aqui na frente! De blusa branca e olhos fechados no lado direito, a Assistente Social que nos atendeu. Infelizmente não marquei seu nome; uma graça de criatura!


Olha que gracinha de bebê!


As mãezinhas. A menina da direita devia esta com dor, mas não quisemos perguntar pois ela parecia muito envergonhada.

O que me alegrou demais desta vez foi a receptividade por parte das gestantes: animadas, alegres, felizes por estarmos lá. Uma delas estava muito emocionada e nos disse que o enxoval era o primeiro presente do seu bebê. Todas, sem exceção, nos agradeceram muito emocionadas com um "muito obrigada e que Deus as abençoe". E eu choro novamente enquanto escrevo este texto!

Mal sabem elas que as maiores beneficiadas com esse trabalho somos nós mesmas!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Minhas velhinhas favoritas

A bem da verdade, minha velhinha favorita sempre foi e será a vó Maria, mãe de meu pai. Como ela era de sítio, não lembro uma única vez de chegar à sua casa e a mesa não estar posta, esperando visita, principalmente nos finais de semana, dias de casa cheia com certeza! Ela arrumava a mesa, tomava o café da manhã, depois puxava os alimentos não perecíveis (pão, bolo, broinhas) para um canto da mesa e os cobria com uma uma toalha limpa; quando chegava visita, era só estender a toalha, pegar manteiga, queijo e outros mais na geladeira e passar o café fresquinho! Almoços de domingo, então, eram verdadeiros festins! Ela tinha a paciência e delicadeza de fazer o prato preferido de cada um dos comensais que eram esperados para aquele dia! No nosso caso, lasanha e arroz de forno eram certeza, mais a salada de legumes dividida sempre em duas: uma parte com maionese, outra sem. Mas como ela já está em outro plano espiritual há 14 anos, essa admiração hoje fica só na lembrança.

Bom, para aplacar as saudades, arranjei várias substitutas:
1. Dona Isabel, amicíssima de minha mãe desde o tempo em que ela recém-formada lecionava em Paúl do Mar, Ilha da Madeira - depois de muitos anos, reencontraram-se aqui no Brasil, reafirmando a amizade que passou para os filhos.
2. Dona Tita, avó da querida Adriana, uma das minhas amigas vintage (se eu escrever "antiga" fica parecendo velha; vintage é chique!), que não vejo nunca mas tenho notícias sempre e pela qual tenho uma admiração profunda e que ainda está toda serelepe com 104 anos! Foi até entrevistada pelo Jô Soares por ocasião do seu centésimo aniversário.
3. E por último mas não menos importantes, as tias Gilda e Lígia, irmãs de minha mãe, que apesar de atrapalhadíssimas estão sempre prontas para ajudar no que for necessário e se esforçam para preencher a lacuna deixada pela ausência de minha mãe.

E como se não fossem em número suficiente, "ganhei" mais algumas quando comecei meu trabalho no GEL - Grupo Espírita do Lar, já citado aqui no blog. Comentei no post que eu sou a mascote de lá. Então, só para vocês terem ideia do que estou falando, olhem algumas fotos tiradas ontem, durante os preparativos finais para nosso bazar que já está chegando!


Lá no fundo da foto, de casaquinho branco, a Mini (ou Minervina, segundo a Certidão de Nascimento), engraçadíssima; sempre que alguém traz um trabalho pronto, ela rapidamente diz "nossa, que toalha mais bonita que eu fiz!" e se acaba de dar risada! D. Bela, uma portuguesa elétrica, já beirando os 90 anos; Solange 2, que roubou meu lugar de "a mais nova do grupo" e que pinta umas caixinhas de madeira divinamente; e, em pé, a Adelaide, outra portuguesa um pouco menos elétrica mas não menos produtiva, divertida e querida.


Maria Nilce, professora aposentada do Pueri Domus e professora de alfabetização de adultos; Cecília, a "pintora" do grupo; e D. Salete, a minha "mãe/avó" postiça.


Aidê, uma batalhadora; esta nossa companheira teve câncer várias vezes - mama, osso e outros mais - enfrentou bravamente todos eles, sempre sorridente, nos abandonou por um bom tempo, mas deu a volta por cima e está conosco novamente! Ela foi uma das fundadoras do Centro Santa Marta, que existe até hoje no Colégio Santa Maria; lá são ministradas aulas de bordado, costura, informática, formação de copeira, entre outros, para as moradoras carentes da região do colégio. Precisando de copeira para a sua festa? Lá é o lugar para encontrar profissionais competentes e de confiança.



Solange, Sílvia e Heleninha, nossas costureiras senior. Elas que dão conta, todos os anos, auxiliadas por mais algumas companheiras, da confecção dos agasalhos que são doados aos alunos da Creche Aglaezinha, no Jardim Angela. Este ano foram mais de 400! Aqui, elas estão cortando as toalhas para cobrir as mesas durante o bazar; desde que estou lá, esta é a terceira vez que reciclaremos o "visual" rsrs.

Em tempo, uma historinha que até hoje me toca quando lembro. Dona Salete, que aparece lá na segunda foto, era minha "vizinha": da janela do quarto de sua casa ela enxergava o prédio onde eu morava e ficava sempre "vigiando" a porta da minha sacada; ela sabia, então, quando eu estava em casa. Quando nos mudamos, nem me passou pela cabeça me despedir, pois estamos a menos de 2 quilômetros da antiga residência e eu continuaria indo ao GEL com a mesma frequência de antes. Pois não é que Dona Salete quando encontrou comigo logo após a mudança desandou a chorar, dizendo que estava muito magoada comigo por não haver me despedido? Como assim, Dona Salete??? Ah, é que agora a porta da varanda estará sempre fechada e eu não saberei mais que você está ali pertinho de mim! Não é uma fofa?

Quando escrever sobre o bazar terei com certeza foto de muito mais gente para postar. No post que sairá sobre os enxovais aparecerão outras duas companheiras queridas! Até lá.