quinta-feira, 30 de junho de 2011

Correios


Existe uma loja nos Estados Unidos que eu simplesmente a-m-o! É a Keepsake Quilting (http://www.keepsakequilting.com). Fica em New Hampshire, bem na pontinha lá de cima, entre Vermont e Maine, fronteira com o Canadá. Trabalhos maravilhosos, tecidos deslumbrantes e kits com projetos ou projetos e tecidos de dar água na boca.


Como o marketing é ótimo, recebo pelo menos 2 e-mails semanais com as novidades e liquidações. Não preciso nem me dar ao trabalho de entrar no site para conferir.


Mas é claro que a felicidade nunca é completa. Até um tempinho atrás, minhas encomendas eram entregues na casa de amigos nossos em New Jersey e o maridão trazia para mim. Esses amigos estão de mudança, infelizmente, e agora tenho que pedir entrega aqui mesmo. Mais caro e muito mais demorado.


Tudo bem, demora mas chega, não é verdade? Não é bem assim. No ano passado, recebi e-mail com uns fleeces maravilhosos, com personagens Disney (http://www.keepsakequilting.com/products.aspx?search=fleece). Pensei na hora no presente da Natal da Mariah, minha sobrinha lindinha. Uma Cinderela deslumbrante, com o castelo ao fundo. Demorou, mas chegou.


E quando chegou, a Helena se apaixonou - apesar dos 13 anos - pois o fleece é muito quentinho e grande. Bom, novo pedido, desta vez de dois fleeces, pois já lembrei da afilhada número dois. Como só havia pronta-entrega para um deles, foram enviadas duas encomendas. Um belo dia, recebo um aviso do correio para retirada de mercadoria. Largo tudo aqui, imaginando o que poderia ser e descubro que era um dos fleeces. Quando cheguei em casa, fui olhar a notificação: 3 tentativas de entrega não efetuadas por ausência do morador. Para quem não sabe, moro em condomínio com porteiro 24 horas.


Descobri que nosso carteiro oficial estava de férias e seu substituto, muito espertamente, nem saia do carro para realizar as entregas - ou parte delas! Eu, calma do jeito que sou, tolerante com serviço público pago com meus impostos, localizei o supervisor do moço e fiz a reclamação. E pasmem com a resposta do chefe: "Olhe, agradeço muito pelo seu contato, farei constar a ocorrência na ficha do funcionário, mas já lhe adianto que N-A-D-A vai acontecer com ele." Isto é Brasil!


E agora, estou aqui há quase 3 meses esperando tecido para o forro de 4 trabalhos. Quem sabe até o Natal eles cheguem, não é mesmo?


Nas fotos, o fleece da Helena; eles vêm sem acabamento, a barrinha vermelha é obra minha; na segunda foto, detalhe do bordado à máquina.


E para acabar, uma historinha rápida: antes de embrulhar o presente da afilhada número dois, tive o bom senso de comentar en passant com ela sobre o cobertorzinho. A carinha dela foi ótima, só faltou falar: "madrinha, já tenho quase 9 anos; personagem Disney?". Bom, sai correndo, comprei outro presente de Natal - perfume, se não me engano - e o cobertor virou, recentemente, um excelente presente de aniversário!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Colcha de Retalhos

Bem-vindos a todos que farão parte da minha vida através destas escritas.


Apesar do título, este blog não será somente sobre Patchwork e que tais, minhas paixões, mas será sobre a vida de uma ex-colaboradora de multinacionais, acostumada a pressão total e muitas horas de trabalho diárias que surtou e jogou tudo para cima para dedicar-se aos filhos e ao backstage do marido executivo.


Até hoje escuto pessoas - íntimas, até - me perguntando quando eu voltarei a trabalhar. Pergunta estranha, uma vez que nunca parei de trabalhar; deixei de receber salário, é verdade, mas alguém já viu uma dona-de-casa não ter o que fazer, incluindo-se aí noites e finais de semana? Pois é, como falávamos nos contratos de manutenção, é 24 por 7!


Parei de trabalhar - ops, ter salário - há 12 anos atrás, quando descobri estar grávida pela segunda vez. E para ocupar o tempo, lá fui eu fazer um curso de Patchwork, apesar de ter verdadeiro pavor de máquina de costura. Mesmo tendo familiaridade com o instrumento, pois sou neta e filha de bordadeiras/costureiras, nunca havia conseguido conversar de igual para igual com elas.

Resultado prático, estou eu aqui até hoje fazendo peças para a família e para os amigos, aprimorando técnicas, buscando novos tecidos para projetos, esperando ansiosamente o correio trazer os valiosos pacotinhos vindos muitas vezes do exterior.

Quando comecei, tecidos importados custavam verdadeiras fortunas e eram raridade. Era de enjoar fazer trabalhos e mais trabalhos com a mesma gama de tecidos nacionais; dávamos até nomes para eles, imaginem! Tinha o tom-tom, o poeira e por aí vai. Hoje o mercado nacional melhorou muito, ampliando o leque de estampas e cores à disposição. A importação também cresceu, enriquecendo o trabalho das quilteiras. Isso sem falar nas linhas, acessórios... mas isso já é outro capítulo.